segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Até já...

Desculpem a ausência mas esta época festiva é sempre cansativa. Não gosto nem tenho paciência para o consumismo, parece que no Natal de repente somos todos amigos e familia e bora lá dar um presente mesmo que no resto do ano não nos falemos. Depois parece que nesta altura há sempre más notícias ou momentos difíceis e de dor. Enfim se nao fossem as crianças não festejava o Natal e fugia para a praia!!
Este novo ano que vai ter alegria com o nascimento do meu querido filho começou com a partida e perda de alguém que muita falta vai fazer. Uma pessoa amiga, bom marido, bom pai, cheia de boa disposição, com um humor próprio e inesquecível. Não há justiça na partida e custa a acreditar que aconteceu, foi tudo tão rápido que por vezes parece que é mentira. Podiam pensar que por trabalhar num hospital enfrentaria melhor a doença e a perda mas não, para mim parece sempre mentira e leva o seu tempo até interiorizar e aceitar. O tempo vai ajudar aqueles que em maior sofrimento estão, a sua mulher a minha querida Tia Xica e os seus filhos. Dava tudo para estar ao lado da minha Tia, mas estando a poucas semanas do parto não posso viajar e a frustração é insuportável, por muito que fale não estou lá para abraçar e confortar... mas é assim. 
Por cá e apesar de não poder beber álcool hoje dei um golinho num copo de vinho e brindei ao Zé!! O Zé, o meu Tio Zé mas que não chamava de Tio, ele não gostava dessas coisas só chamava para pirraça de brincadeira. O que me lembro mais e que vai ficar é o amor dele e da minha Tia, o companheirismo deles, o chegar a casa e preparar  copo de vinho para falarmos todos juntos e quando trabalhei em Londres nunca se esquecia da minha vitamina: a minha caipiroska. Há dois anos no casamento pude testemunhar todo o carinho de muitos amigos pelo Zé e pela minha Tia Xica. É assim duas pessoas especiais que se encontraram e viveram algo único e que pudemos testemunhar. Eu tive a sorte de os ter na minha vida, a minha Tia sempre foi especial e continuará a ser e espero que ela possa encontrar toda a força para continuar e viver como o Zé gostava que ela o fizesse. Do Zé fica a memória de um senhor, um intelectual, o sorriso, a boa disposição, a amizade, a prontidão para ajudar, o amor pela minha Tia, o humor, a pirraça, o pá,  os fim de tarde na conversa com um copo de vinho e um cigarro... Até já Zé, vemo-nos um dia todos na mesma pista de dança como me disse uma amiga. E nós estamos cá para estar ao lado da Tia Xica.

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